Finanças Novo crédito habitação atinge recorde em 2024 por conta do IMT Jovem Foram concedidos 17,6 mil milhões de euros em novos créditos da casa só o ano passado, mais 34% face a 2023, revela BdP. 04 fev 2025 4 min de leitura O balanço anual para o mercado hipotecário em Portugal é positivo. Os novos créditos habitação totalizaram 17,6 mil milhões de euros em 2024, mais 34% do que em 2023 e o valor mais alto desde o início da série do Banco de Portugal (BdP). E para esta subida contribuiu, sobretudo, a isenção do IMT e Imposto de Selo (IS) atribuída a jovens com menos de 35 anos. “Os novos contratos de crédito à habitação cresceram 4,5 mil milhões de euros, para 17,6 mil milhões de euros, atingindo o valor mais elevado desde o início da série, em dezembro de 2014”, lê-se no boletim estatístico divulgado esta terça-feira, dia 4 de fevereiro, pelo BdP. Só em dezembro foram concedidos mais de 2 mil milhões de euros em novos empréstimos da casa. Para esta subida contribuiu “principalmente o crédito concedido a mutuários com menos de 35 anos, que representou 47% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos a partir de agosto de 2024 (37% entre janeiro e julho de 2024)”, explicam ainda. E o crescimento neste segmento foi “impulsionado” pela entrada em vigor da isenção do IMT e de IS na compra da primeira habitação por jovens até aos 35 anos. Juros no crédito da casa caem para 3,20% - taxa mista cresce Também a redução dos juros terá ajudado a atrair mais famílias para comprar casa com financiamento bancário. “A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 4,19% em dezembro de 2023, para 3,20% em dezembro de 2024, uma redução de 0,99 p.p. [pontos percentuais]. Esta taxa diminuiu pelo 14.º mês consecutivo”, refere ainda o BdP. De notar que as novas operações de créditos habitação incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados. “Em 2024, as taxas de juro médias dos novos contratos e dos contratos renegociados de crédito à habitação tiveram uma evolução semelhante, terminando o ano em 3,11% e 3,60%, respetivamente”, esclarece. Os juros médios em Portugal nas novas operações de crédito habitação ficaram, assim, abaixo da taxa média no conjunto de países da área euro (que ficou em 3,35%, depois de ter caído 0,65 p.p.). No contexto europeu, “Portugal apresentou a sétima taxa de juro média mais baixa”, destacou ainda o regulador. Quanto ao tipo de juros, observou-se que os créditos para compra de habitação própria e permanente contratados as taxas mistas continuaram a aumentar, passando de 66% em dezembro de 2023 para 74% em dezembro de 2024. No último mês do ano passado, os créditos a taxa variável pesavam 20% do total e os a taxa fixa 7%. Esta redução dos juros acabou por se refletir no “decréscimo" da prestação da casa média mensal em 8 euros: de 422 euros, em dezembro de 2023, para 414 euros em dezembro de 2024. “Esta redução foi parcialmente compensada pelo efeito dos novos contratos de crédito à habitação, que, ao apresentarem uma prestação média superior aos contratos já existentes, moderaram a queda da prestação média mensal do stock de crédito à habitação”, explica o BdP. Renegociações a cair e amortizações na habitação elevadas Em 2024, sentiu-se uma redução expressiva nas renegociações de crédito habitação. No caso das amortizações, apesar de terem caído, continuaram elevadas. As renegociações representaram 29% das novas operações de crédito habitação em 2024 (bem menos do que em 2023, 46%). Assim, as renegociações na habitação caíram de 11,4 mil milhões de euros em 2023 para 7,3 mil milhões de euros em 2024. Já as amortizações antecipadas de crédito habitação “mantiveram-se elevadas, totalizando 10,2 mil milhões de euros em 2024, menos 0,4 mil milhões de euros do que em 2023”, refere o BdP. E foram as amortizações totais representaram 87% das amortizações antecipadas em 2024. Note-se que a isenção da comissão sobre o reembolso do crédito habitação a taxa variável esteve em vigor até ao final do ano passado e vai continuar em 2025. Fonte: idealista/news Finanças Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado